domingo, 10 de abril de 2016

Todo dia "era" dia do Índio!!!



Índios do Brasil 


Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.


O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha ( escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara ( derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (ocas ). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho ( machado, arcos, flechas, arpões ) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses


Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo.
Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade. 

Canibalismo


Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena

Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Texto retirado da internet
Enciclopédia – Wikipédia



ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO

(Revista Projetos Escolares - Editora On Line)










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Todo dia era dia de índio 

Jorge Ben Jor

Curimim chama
Cunhatã que eu vou contar
Curumim Cunhatã
Cunhatã Curumim
(...)
Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Mas agora ele só tem
O dia dezenove de abril

Amantes da natureza
Eles eram incapazes com certeza
De maltratar uma femea
Ou de poluir o rio e omar
Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra, fauna e flora

Pois em sua glória de um índio
Era o exemplo puro e perfeito
Proximo da harmonia
Da fraternidade, da alegria
A alegria de viver

Da alegria de viver
E, no entanto, hoje seu canto triste
É o lamento de uma raça
Que já foi muito feliz
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio
Curumim Cunhatã
Cunhatã Curumim



Refletindo com a música
 
1- De acordo com a canção, como você justifica a mensagem desses versos: “Todo dia era dia de índio, mas agora ele só tem o dia dezenove de abril”?

2- além das diferenças físicas entre índios e portugueses, a canção indica que eles agiam de modo diferente. Explique como os índios se relacionavam com a natureza.

3- Depois de ver a pintura e ler a canção, podemos ver que algumas das ações características dos índios ainda permanecem. Identifique-as.

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Os Katukina na história




Habitação Katukina


“Os Katukina, povo falante da língua pano, estão localizados na região do alto Juruá e têm uma população total de aproximadamente 320 pessoas, distribuídas em duas terras indígenas, uma no Rio Gregório e outra no rio Campinas. Eles são conhecidos regionalmente e na literatura como Katukina, termo que, embora não constitua sua autodenominação, é o usual para se referirem a si mesmos enquanto um grupo único.”

Os Katukina moravam a princípio em uma área da floresta Amazônica no estado do Acre.

Suas terras, devido à procura de seringueiras que produzem o látex que faz a borracha, passaram a ser invadidas por seringueiros brasileiros e exploradores peruanos.

Diante da invasão incessante, os katukina, passaram a migrar de um lado para outro. Para serem mais rápidos, eles se dispersaram em pequenos grupos, vivendo da coleta caça e de frutos aos roçados que encontravam, já que devido às fugas, não podiam fazer os deles próprios.

Nesse vaivém entre rios e seringais, eles tinham um ponto de referência, o rio Gregório e o seringal Sete Estrelas, para onde eles sempre retornavam quando podiam.As mudanças além de ser uma forma de sobrevivência, tinham também motivo religioso, pois, para eles, o espírito dos mortos poderia buscá-los caso sentissem saudades.

Com o tempo, alguns índios acabaram indo morar no seringal Sete Estrelas e muitos passaram a trabalhar no seringal e na construção de estradas, desmatando florestas, até que foram demarcadas as terras indígenas.

Os katukina aproveitaram sua experiência de viver com os homens brancos para criar uma cooperativa que comercializa borracha, milho e arroz.

Atualmente, eles estão reconstituindo suas aldeias e também suas vidas
(Adaptado de Lima, Edilene Coffaci.... Mitos Kutukina. Comissão Pró-índio do Acre, Setor de Educação. Rio Branco: Editora Poronga, s.d.)



Para enriquecer nossos estudos, devemos lembrar que as lutas dos povos indígenas pela sobrevivência, pela demarcação das terra e defesa de suas culturas e tradições, pelo reconhecimento de seus direitos é uma luta atual e de todos nós.

Veja o que diz a Constituição:

“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, linguas, crenças, tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
Artigo 231, Constituição Federal do Brasil

Lutar pelos direitos dos povos indígenas é reconhecer que as culturas não devem ser vistas como melhores ou piores, mas diferentes! É reconhecer o direito de todos!


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Brincadeiras Indígenas

(esse texto é baseado no artigo: "Brincadeira de Criança - Como os Pequenos Índios se divertem" ; escrito por Karine Bastos e publicado na revista Brasil Indígena de set-out/2001) 



A infância é uma fase de sonhos e faz-de-conta para as crianças - sejam elas indígenas, da cidade, do interior... do mundo inteiro. 

Mas a infância do índio tem algumas diferenças em relação - principalmente - à das crianças das cidades. A primeira delas é o cenário onde as brincadeiras se desenvolvem: o quintal da aldeia é a mata. Os indiozinhos sobem em árvores, tomam banho de rio, correm e se escondem no mato, observam e interagem com várias espécies de animais. Isso tudo é inacessível às crianças da cidade.

Outra grande diferença é que o núcleo principal da diversão é a própria criança e não o brinquedo. Muitos já viram alguns garotos da cidade emburrados porquê não podem jogar videogame, ou aborrecidos porquê acabou a pilha de algum brinquedo e não sabem o que fazer. As brincadeiras das crianças indígenas não dependem de um objeto em específico, mas sim da interação entre as várias crianças. 

Estão mais próximas às brincadeiras que os adultos das cidades lembram com nostalgia - esconde-esconde, pegador, casinha, polícia e ladrão, passa-anel - e lamentam que sejam cada vez menos praticadas no meio urbano hoje em dia.

Cada etnia indígena tem suas brincadeiras próprias. A seguir estão alguns exemplos: 

1. No Parque do Xingu no Mato Grosso, os pequenos índios Mehinaku brincam de "onça" (a que chamam de Yanokama). Uma criança se esconde no capinzal, e seu papel é surpreender as demais crianças, pulando sobre elas como se fosse o bote de uma onça.

2. Entre os índios Tenetehara, do Maranhão e Pará, há um jogo chamado "caça ao veado". Um indiozinho faz o papel do veado e tem de fugir de outra criança que representa o caçador e de várias outras que representam os cachorros.

3. Entre os índios Canela, do Maranhão, as crianças formam uma fila, começando pelos mais fortes e altos. Cada criança abraça forte a da frente, passando os dois braços por baixo do colega. Uma das crianças fica fora da fila e representa um Gavião. Ele vai falando com cada um da fila dizendo que tem fome e ataca sempre a última da fila. Enquanto o Gavião tenta apanhar esse último, o grupo - sempre abraçado - tenta cercar o Gavião.

4. As crianças Kamayurá, do Parque do Xingu, também formam uma fila, todos sentados e abraçados ao colega da frente. O primeiro da fila se agarra firme a um toco. Um outro grupo tenta arrancar o último da fila e se utiliza de cócegas, arranhões e puxões bem firmes.

5. Há brincadeiras que são representações do papel do adulto dentro da sociedade indígena. Entre os Mehinaku, as crianças fingem estar doentes e imitam procedimentos de cura dos pajés adultos. Há também a imitação do casamento, onde os meninos fingem que saem para caçar, trazem folhas representando a caça e as entregam às meninas, que fingem preparar o alimento. Esse jogo tem variações interessantes: às vezes as meninas fingem arrumar amantes enquanto o menino está fora caçando; quando este chega em casa, finge ter raiva da mulher enquanto o amante foge.

6. Um brinquedo bastante comum entre etnias de todo o Brasil é a chamada "cama-de-gato", onde as crianças entrelaçam um barbante nos dedos das mãos formando figuras.

Uma outra diferença importante entre a infância dos índios e não-índios é o grau de autonomia que gozam as crianças indígenas. São sempre criadas com muita liberdade e raramente repreendidas. Um bom exemplo dessa autonomia é mostrado em um filme chamado "Das Crianças Ikpeng para o Mundo", feito por um adolescente Ikpeng dentro do projeto Vìdeo nas Aldeias. 

Nesse filme, dois garotos de uns 10 anos, apresentam o cotidiano da aldeia e das crianças dessa etnia, índios que vivem no Parque do Xingu. Em uma cena as crianças organizam uma pescaria. 

Saem umas doze crianças, com idades variando de 5 a 10 anos - somente elas - remando por um rio gigantesco até uma ilhota no meio do rio. Pescam, mergulham, brincam, e voltam remando sozinhas até a aldeia. Em outra cena, um dos meninos pega um facão, quase de sua altura. 

Fica parecido com um samurai japonês. E então esculpe um aviãozinho num pedaço de madeira. São ações que fariam uma mamãe não-índia arrepiar os cabelos, mas que por outro lado fortalecem a autoconfiança do índio desde pequeno. 


Para saber mais:
- Marangmotxínmi Mïrang (Das Crianças Ikpeng para o Mundo) / direção de Kumaré, Karané e Natuyu Yuwipo Txicão e edição de Mari Corrêa; filme do projeto Vídeo nas Aldeias; 2001
- Mehinaku: the drama of daily life in a brazilian indian village / escrito por Thomas Gregor; 1992
- O Jogo da Onça / escrito por Maurício Lima e Antônio Barreto; 2005



O dia em que o céu caiu
(Lenda)

Os índios Ikolen, chamados pelos não-índios de Gavião de Rondônia, são um grupo de 450 pessoas que vive no estado de Rondônia.

Segundo a história desse povo, muito antigamente, eles ouviram um forte trovão. Os índios olharam para cima e notaram que o céu estava descendo em encontro à terra, bem devagar.

Passou um tempo e o céu estava bem próximo. Mais um pouco e todos morreriam esmagados. Os Ikolen ficaram desesperados e entraram todos para dentro de sua maloca, com muito medo e sem saber o que fazer.

Só um menino pequeno ficou do lado de fora. Ele era valente. Tomou uma flecha e a atirou contra o céu.

E o céu subiu um pouco.

O menino atirou mais duas flechas, e o céu subiu até a altura em que está hoje. Foi essa criança quem salvou todos os índios Ikolen. 

Para saber mais:
- várias histórias do povo Gavião-Ikolen foram reunidas, a pedido deles, no livro "Couro dos Espíritos", organizado por Betty Mindlin, em 2001.

Extraído de: http://www.iande.art.br/boletim001.htm 

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GRAFISMOS INDÍGENAS 

TRABALHANDO COM TEXTURAS

Plano de aula extraído de:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26278
 
Autor: Andréa Senra Coutinho
JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII
Coautor(es): Nelson V. F. Faria



Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema:
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Produção do aluno em arte visual
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Apreciação significativa em arte visual
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica



O que o aluno poderá aprender com esta aula

  • Conhecer melhor os grafismos produzidos pelos índios brasileiros nas pinturas corporais, vasos cerâmicos e outros objetos.
  • Distinguir o conceito de textura visual de textura tátil na arte
  • Criar padrões gráficos com texturas visuais inspiradas na produção indígena. 
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos

Estratégias e recursos da aula
Começar pelo termo “textura” na arte. Explique que a textura define o aspecto de uma superfície. Peça às crianças que passem a mão na carteira, depois nos cabelos, na pele, na roupa que estão usando. Pergunte a elas: as superfícies possuem as mesmas características? 
 
Elas certamente vão responder que não. Insista e pergunte o que elas perceberam de diferente entre a carteira, os cabelos, a pele e a roupa? Deixe que as crianças comentem mais livremente o que sentiram, como perceberam cada superfície tocada pelas mãos. 

A partir dos comentários das crianças, formule com elas o conceito de textura. Organize no quadro de giz, de um lado “textura tátil” do outro, “textura visual”. Escreva alguns dos comentários das crianças do lado da “textura tátil”, pois a experiência que elas acabaram de vivenciar tem a ver com ela. 
 
O que sentiram: aspereza, enrugado, liso, fino, quente, fria, macia, etc. Explique que esses aspectos tem o nome de “textura” na arte e acrescente que a textura visual é a possibilidade de criar a ilusão de superfícies variadas no desenho, na pintura, na fotografia, etc. Ou seja, a textura visual não pode ser sentida pelas mãos, no contato direto, mas ela simula a existência de superfícies com características diversas: granulada, listrada, lisa, áspera, e assim por diante. 

Agora é um bom momento para apresentar as imagens das pinturas corporais realizadas pelos nossos índios e índias:



Chame atenção das crianças para a geometrização e repetição das formas e das cores.



A partir dessa imagem, reforce a ideia de que para ser considerado textura visual necessita de uma regularidade entre os traços, além da repetição.



Os trabalhos em cerâmica (acima) em primeiro plano são Marajoara e do fundo, da cultura Santarém, possuem belos efeitos de textura. As cores foram obtidas através do barro líquido com coloração branca com o uso de caulim e o preto com jenipapo. 

Pergunte se as crianças já haviam visto as pinturas que os indígenas são capazes de fazer não apenas em seus corpos, mas também em vasos e utensílios domésticos, de caça, etc. Se elas fazem parte de grupos indígenas ou estão próximas de aldeias ou reservas, ressalte a presença do trabalho de textura na cultura indígena. 
 
Mencione que as pinturas corporais indígenas têm um significado simbólico e que são realizadas a partir de rituais próprios de cada tribo. Lembre ao alunado que a cultura indígena faz parte das raízes culturais de nosso país e por isso mesmo, é preciso conhecer melhor e se apropriar dos conhecimentos de nossos antepassados. 

Após a observação das imagens (ou do próprio utensílio ao vivo, caso tenha acesso), sugira que o grupo pesquise mais referências de texturas gráficas criadas pelos povos indígenas. A partir da pesquisa realizada, pedir que as crianças, em tiras de papel (pode ser qualquer papel: sulfite, canson, pardo e outros) e utilizando uma pena (que pode ser feita de bambu ou mesmo uma pena de galinha) com nanquim, criem padrões variados.
Motive as crianças a alterar os padrões em grafismos que vão explorar linhas quebradas, angulares, de forma simples e repetitiva. Nesse trabalho serão explorados os efeitos de branco e preto. Veja o exemplo abaixo. O desenho foi realizado por indígenas brasileiros.


 
Comente com as crianças que os indígenas produzem suas próprias tintas a partir de sementes e plantas, que as cores que comumente aparecem são o vermelho, o preto, o amarelo e o branco. Num exercício posterior, pode se pedir que as crianças repitam os grafismos criados utilizando cores inspiradas nas mais utilizadas pelos índios e índias.
Ao concluírem as tiras com a criação de texturas visuais (gráficas), inspiradas nos desenhos indígenas, sugerir a montagem de um painel onde todas as tiras trabalhadas irão compor um único trabalho com efeitos de texturas. 

Recursos Complementares

  • Para saber mais sobre a cultura indígena brasileira, leia o livro: ´Vidal, Lux (org.) Grafismo Indígena: estudos de antropologia estética. São Paulo: Studio Nobel - USP - FAPESP, 1992 



Avaliação

A avaliação terá duas etapas: (1.) oral: durante a explanação sobre textura visual e tátil. Observar se as crianças estão apresentando exemplos e/ou trazendo dúvidas sobre o assunto; (2.) técnica: exercícios em nanquim. Verificar se a compreensão sobre textura aparece na execução dos desenhos com pena. Se houver compreensão sobre a repetição e a regularidade dos traços que formam os efeitos de textura visual, os desenhos serão satisfatórios.
Incentive as crianças a produzir mais de uma tira com efeitos de textura visual/gráfica
Ao montar o painel com as tiras, envolva as crianças no sentido de analisarem qual textura dialoga com qual, analisar se a tira será fixada na horizontal, vertical ou diagonal. Nessa etapa a avaliação perpassa pela participação efetiva das crianças ao emitirem opinião e organizarem visualmente a apresentação dos trabalhos. 
 
 
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES

 




 














 

CALENDÁRIO INDÍGENA 



Matemática: Atividades de Contagem e Numeralização

Acesse as atividades no link abaixo: Atividades de Matemática - 2º e 3º anos do E.F.