terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O ensino da Matemática nos anos iniciais


Por que aprender matemática?


Muitas vezes nos deparamos com esta questão, que nos é colocada pelos alunos em diferentes níveis de aprendizagem, e o que eles pretendem ouvir é algo que justifique e os incentive a estudar um conteúdo muitas vezes alheio a sua realidade, ao seu dia a dia.

Esta visão de descontextualização do aprendizado matemático com o dia a dia de cada ser humano percebido na sala de aula é aceitável e justificável, pois não há por parte da didática atual ligação da matemática com as vivências cotidianas.

Não podemos esquecer de que toda a construção da sociedade atual desde seus primórdios foi concebida pela utilização da ferramenta mais importante já criada pelo homem, a Matemática, e que a Matemática foi evoluindo, foi sendo aprimorada ponto a ponto, conforme as necessidades específicas momentâneas. Nota-se que a evolução humana e a Matemática estão fundidas, e ambas interagem de maneira direta.

Fazendo uma comparação da evolução da sociedade e a Matemática por ela desenvolvida com o desenvolvimento do indivíduo e o conhecimento matemático a ele pertencente, confirma-se que a Matemática esta implícita a cada um e que o seu desenvolvimento se dá através de experiências cotidianas.

O desenvolvimento intelectual só é possível se o conhecimento Matemático desenvolver junto.

Assim, aprender Matemática é um processo contínuo e necessário, pois não há existência sem a Matemática.

Especial atenção é dada às crianças das séries iniciais, por isso a abordagem matemática visa proporcionar oportunidades para que as crianças por meio de brincadeiras, explorações e de sua interação com situações da vida cotidiana, tenham contato com os números naturais. A sociedade está mais consciente das experiências na primeira infância, surgindo assim à necessidade da socialização das crianças, onde a fantasia, a irrelevância e os erros vão fazer parte desta aventura que proporcionará a elas uma lição maior que pretendemos ensinar.

Entendemos que a intervenção pedagógica é um conjunto de ações educativas praticadas com o objetivo de promover o desenvolvimento, e tais ações serão mais significativas á medida que conseguem tocar as emoções.

Diversidade de conceitos abordados, investigação proporcionada, desenvolvimento da criatividade, concentração, atenção, prazer da descoberta, uso de material de fácil elaboração ou aquisição, devem estar presentes em todas as séries escolares, não por sua eficácia comprovada, mas especialmente por possibilitar a criança a alegria de vencer obstáculos criados pela curiosidade, vivenciando o que significa fazer Matemática.



PROPOSTA PEDAGÓGICA

O ensino de Matemática deve desenvolver as diferentes dimensões da matemática* de forma integrada. A proposta pedagógica deve encorajar a exploração de uma grande variedade de ideias matemáticas, não apenas numérica, mas também, aquelas relativas à geometria, as medidas e as noções de estatística, de forma que as crianças desenvolvam e conservem com prazer e curiosidade, adquirindo diferentes formas de perceber a realidade.

Uma proposta assim incorpora contextos do mundo real: as experiências e a linguagem. É preciso ampliar progressivamente as noções matemáticas. Cabe ao professor fazer as interferências no sentido de levar a cada aluno, a ampliar seus conceitos matemáticos.

A Matemática deve ser apresentada aos alunos de forma a perceberem que é uma ciência criada pelo homem em sua constante busca pelo conhecimento e pelo atendimento de necessidades humanas.

Ao chegar à escola os alunos já trazem conhecimentos informais da disciplina. É preciso valorizar suas experiências e mobilizá-los para o estudo, fazendo-os sentir-se capazes de ter êxito na aprendizagem da Matemática.

É preciso rever a forma como a Matemática tem sido trabalhada com esses alunos e indicar outros caminhos a percorrer para aprender (construir vocabulário próprio, articular com outras áreas do conhecimento, incluir a leitura e a produção de diferentes tipos de textos, pois a escrita e a comunicação oral merecem destaques principalmente na resolução de problemas), envolvendo-os através do desafio constante, dos questionamentos, da busca dos porquês.

O trabalho do professor é de orientador atento e persistente responsável, garantir ao aluno acesso ao conhecimento matemático, selecionando conteúdo, escolhendo e organizando estratégias de trabalho que garantam a aprendizagem, avaliando continuamente estratégias, objetivos propostos e os resultados alcançados.

As expectativas de aprendizagem estão organizadas em quatro blocos: números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento de informações que aqui serão articulados de forma equilibrada em conexão com os assuntos trabalhados em outras áreas do conhecimento.



EXPECTATIVAS  PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O trabalho deverá ser desenvolvido de modo a fazer com que o aluno tenha gosto por desafios e soluções de problemas considerando sua determinação pela busca de resultados. A criança deverá ainda ter prazer no ato de conhecer e de criar. Levantando hipóteses confrontando com os colegas.

Os argumentos comumente apresentados às finalidades da educação matemática, podem ser úteis ou de formação geral, que ressaltam e centram-se no interesse e nas necessidades cotidianas. Onde o aluno deverá valorizá-la como instrumental para compreender o mundo a sua volta e de vê-la como uma área do conhecimento que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. Nesse sentido, a matemática deve contribuir para a construção da cidadania, e para exercê-la, é necessário saber resolver problemas, fazer cálculos mentais e por escrito: medir, argumentar, orientar-se no plano e no espaço: organizar, analisar e interpretar as informações.


EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM: 

  • Que o aluno tenha oportunidade de vivenciar experiências matemáticas estabelecendo conexões com outras áreas do conhecimento; 
  • Comunicar-se matematicamente apresentando resultados precisos e argumentar sobre suas hipóteses, fazendo uso da linguagem oral e de representações matemáticas estabelecendo relações entre elas. 
  • Que a criança ao estabelecer relação com os números tenha como ponto de partida os seus conhecimentos prévios, o seu contexto familiar; 
  • Que seja capaz de observar aspectos quantitativos e qualitativos presentes em diferentes situações e possa estabelecer relações entre eles, utilizando conhecimentos relacionados aos blocos, números e operações, espaço e forma, grandeza e medidas, tratamento de informação (N.O , E.F , G.M , T. I.). 
  • Que a criança formule hipóteses, tentativas sobre a leitura numérica, interagindo com seus pares de forma cooperativa na busca de soluções para situações-problema, respeitando seus modos de pensar e aprendendo com eles. 
  • Que a criança elabore relatórios, justificativas, argumentos, formulação de problemas, de respostas onde a escrita pode ser mobilizada. 
  • Que a criança identifique escritas numéricas e faça uso da mesma no contexto social; 



NOTAS:
* A matemática como campo de conhecimento, possui diversas dimensões:

*é um instrumento a serviço do ser humano, cujos recursos podem ser aplicados às necessidades do cotidiano;

*é também um instrumento de comunicação e leitura do mundo;

*é uma ciência construída pelo ser humano, com características próprias e formas de raciocínio específicas que contribuem para o desenvolvimento de determinadas habilidades de pensamento.

** Tratamento da Informação: a leitura e interpretação de gráficos e tabelas devem ser trabalhadas sempre que possível nos diferentes conteúdos e blocos.


EXTRAÍDO DE: Referencial Curricular elaborado pela SME de Campo Limpo Paulista, Ed. 2010.

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Acesse as atividades no link abaixo: Atividades de Matemática - 2º e 3º anos do E.F.